marioneta
Ao som do acordeão,
palavras esvoaçam.
Um vento intenso,
se pousou sobre elas.
Outono de palavras,
que caem e florescem.
Movimento-me entre elas,
qual caneta.
Prestes a dizer,
o que não foi dito,
naquela noite.
Ao som da vida
desloca-se um vulto,
Cansado...
As suas mãos vacilam.
Queriam-se entrelaçadas,
a outras.
No cimo a Lua canta
sons nunca antes
terminados.
Canta os seus sonhos
amarrotados,
como papel...
Chovem dela
lágrimas turquesa.
Abre o jogo,
sobre a cidade acesa.
O vulto acorda
do sono (quase) eterno
e dirige-se à Lua,
para lhe dizer que
a ama.
Debaixo de chuva,
sem tecto.
Poeta sem abrigo
Comandado,
por sentimentos fortes.
Calado,
mas diz tanto
à Lua que se pousou
quieta.
Saudoso de um amor.
Move-se ao som da dança,
comandado,
como uma marioneta.
(2/2/11)
Bonito texto, gostei muito.
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