Sur le fil
http://www.youtube.com/watch?v=jJqYjL4kia8
O cubo translúcido rebola pela montanha abaixo. No caminho, a alta velocdade, pisa pequenas flores que ali, onde o vento chega seco e impiedoso, custam tanto a crescer... Ao mesmo tempo, é picado pelos espinhos de silvas que se amontoam naquele recanto de nada, onde não chega calor nem luz. Estes cravam-se nos seus pedaços de vazio que tem dentro de si. São dolorosos e afiados, mas ao mesmo tempo uma suave sensação de conforto apodera-se dele, porque apesar de sentir uma pontada aguda, sente também que há algo que se prende a ele durante a vertiginosa queda que experimenta.
A vertigem do vazio é a maior que alguma vez vivera.
Apercebe-se, que mesmo que queira escapar, o tempo lhe escorre pelo peito e é agora demasiado tarde.
Pensa na morte, com uma força tal que já se sente assim. Sabe que ao pisar o que tanto lhe custara a viver e crescer, já morre um pouco, a cada dia.
Agradavelmente, pensa na hipótese de um céu azul, com um clarão de amor aqui e ali mas abaixo dos seus pés apenas vê trevas e escuridão.
Está tão sozinho que até o chão se recusa a tocar-lhe os pés. Camnha numa espécie de sobrevivência flutuante que se ergue sobre ele e é agora penerante e aterradora.
Tenta gritar, mas até a garganta secou de tanto silêncio que guarda dentro de si. A frustração é agora um resto de emoção interior que suga como um remoinho os poucos e escassos pedaços de si que ainda guardava, como recordações antigas e ultrapassadas que guardamos dentro de caixas, escondidas, para um dia, com mais coragem, as deixarmos saír e voar livres. Livres de nós e do peso que carregam.
Ao lembrar esses escassos rasgos de si, parece sorrir; mas a sua cara perificou de tanto sorriso que prendeu na cara sem sentido. No seu olhar resta essa vontade imensa de sorrir para se despedir de uma parte de si, como se esta tivesse em fase terminal, prestes a morrer.
Nem de uma despedida era digno.
Imaginou o seu funeral, cheio de coroas de flores que cresciam e se alimentavam das lágrimas de todos os que o perdiam...
A dura realidade com que se confrontava era ter-se perdido a si mesmo primeiro, sem deixar sequer que a sua falta pudesse ser sentida pelos outros.
E efectivamente não era.
Estava preso com amarras de dor e indiferença. Dentro do peito batia-lhe a vontade de chorar, quando há muito já secara por dentro. Estava amarrado a si mesmo e cada vez mais perto do chão, do fim.
Sem uma lágrima, uma despedida, um grito, um sorriso, um gesto.
Apenas aquele olhar longuíquo, perdido, pesado. De um castanho mais profundo que ele mesmo.
Estava agora dormente e num formigueiro constante. Era o chão, o fim...
E a leveza de um peso que se liberta. Para sempre.
O cubo translúcido rebola pela montanha abaixo. No caminho, a alta velocdade, pisa pequenas flores que ali, onde o vento chega seco e impiedoso, custam tanto a crescer... Ao mesmo tempo, é picado pelos espinhos de silvas que se amontoam naquele recanto de nada, onde não chega calor nem luz. Estes cravam-se nos seus pedaços de vazio que tem dentro de si. São dolorosos e afiados, mas ao mesmo tempo uma suave sensação de conforto apodera-se dele, porque apesar de sentir uma pontada aguda, sente também que há algo que se prende a ele durante a vertiginosa queda que experimenta.
A vertigem do vazio é a maior que alguma vez vivera.
Apercebe-se, que mesmo que queira escapar, o tempo lhe escorre pelo peito e é agora demasiado tarde.
Pensa na morte, com uma força tal que já se sente assim. Sabe que ao pisar o que tanto lhe custara a viver e crescer, já morre um pouco, a cada dia.
Agradavelmente, pensa na hipótese de um céu azul, com um clarão de amor aqui e ali mas abaixo dos seus pés apenas vê trevas e escuridão.
Está tão sozinho que até o chão se recusa a tocar-lhe os pés. Camnha numa espécie de sobrevivência flutuante que se ergue sobre ele e é agora penerante e aterradora.
Tenta gritar, mas até a garganta secou de tanto silêncio que guarda dentro de si. A frustração é agora um resto de emoção interior que suga como um remoinho os poucos e escassos pedaços de si que ainda guardava, como recordações antigas e ultrapassadas que guardamos dentro de caixas, escondidas, para um dia, com mais coragem, as deixarmos saír e voar livres. Livres de nós e do peso que carregam.
Ao lembrar esses escassos rasgos de si, parece sorrir; mas a sua cara perificou de tanto sorriso que prendeu na cara sem sentido. No seu olhar resta essa vontade imensa de sorrir para se despedir de uma parte de si, como se esta tivesse em fase terminal, prestes a morrer.
Nem de uma despedida era digno.
Imaginou o seu funeral, cheio de coroas de flores que cresciam e se alimentavam das lágrimas de todos os que o perdiam...
A dura realidade com que se confrontava era ter-se perdido a si mesmo primeiro, sem deixar sequer que a sua falta pudesse ser sentida pelos outros.
E efectivamente não era.
Estava preso com amarras de dor e indiferença. Dentro do peito batia-lhe a vontade de chorar, quando há muito já secara por dentro. Estava amarrado a si mesmo e cada vez mais perto do chão, do fim.
Sem uma lágrima, uma despedida, um grito, um sorriso, um gesto.
Apenas aquele olhar longuíquo, perdido, pesado. De um castanho mais profundo que ele mesmo.
Estava agora dormente e num formigueiro constante. Era o chão, o fim...
E a leveza de um peso que se liberta. Para sempre.
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